O dia amanheceu preguiçoso, com um céu que misturava nuvens e promessas de sol, como se até o clima lembrasse que hoje não é dia comum. As ruas de Belém estavam mais silenciosas que de costume, mas não por preguiça: é feriado. O Pará repousa para lembrar um ato que mudou seu destino — a adesão à Independência do Brasil, lá em 1823.
Não foi um “sim” fácil. Entre a proclamação de 1822 e o consentimento paraense, correu um rio de dúvidas, resistências e, claro, o sangue daqueles que não aceitavam a mudança. Mas naquele 15 de agosto, o grito ecoou de forma definitiva: o Pará seria parte desse novo Brasil que ainda engatinhava.
Hoje, quase dois séculos depois, o povo aproveita para descansar, comer maniçoba, passear pela orla ou simplesmente olhar para o rio, sem saber que essa calmaria é filha de um dia turbulento na história. E é assim que as datas grandes se transformam: de pólvora e protesto, para feriado e memória.