Membro Maria José Dias

Natural de Gurupá, no Estado do Pará, Maria José Moraes Dias nasceu em 24 de março de 1955, filha de Armando Luciano de Jesus e Maria Moraes Dias. Viveu a infância em Almeirim, onde iniciou sua trajetória escolar no Grupo Escolar Mendonça Furtado, concluindo o curso primário. Em 1972, sua família migrou para Itaituba, em meio ao efervescente processo de colonização da Transamazônica e da Santarém-Cuiabá.
Foi testemunha dos primeiros movimentos migratórios organizados pelo governo federal, quando famílias de diversas regiões do Brasil chegavam à Amazônia com o apoio de programas oficiais e órgãos como INCRA, CEPLAC, EMATER, Fundação SESP e BASA. Nesse contexto, Maria José se integrou ao movimento pioneiro da educação regional, vivenciando a implantação da 14ª Divisão Regional de Educação (DRE) pela SEDUC.
Iniciou sua carreira docente na Escola E.E. MEC/SEDUC km 155, em Rurópolis, enfrentando os desafios do ensino multisseriado na zona rural, onde escolas eram instaladas a cada cinco quilômetros. Sua dedicação levou-a a participar de processos seletivos e capacitações promovidas pela SEDUC, assumindo o ofício com afinco e orgulho.
Em paralelo à atuação docente, também exerceu a agricultura, ajudando os pais e o esposo, com quem teve dois filhos: Kátia Cilene Dias Aguiar e Elierbson Dias Aguiar. Maria José conciliava com alegria a vida de educadora e agricultora, celebrando o mérito de sua trajetória profissional.
Graduou-se no curso de magistério pelo Instituto de Educação Estadual do Pará em 1992, e continuou investindo em sua formação com estudos adicionais em Estudos Sociais, Filosofia (ESTEFIB) e Teologia (Instituto Teologia Quadrangular, 2015). Atuou por 25 anos em sala de aula e em funções administrativas, demonstrando compromisso ininterruptamente com a educação.
Destacou-se ainda como vice-diretora da Escola Estadual Gov. Eurico Vale (1994), secretária municipal de Educação e Cultura de Rurópolis (1994), diretora da 20ª Unidade Regional de Educação (1995) e coordenadora do Projeto Gavião, onde elaborou projetos na área educacional.
No campo da cultura, Maria José idealizou o Grupo Folclórico Uirapuru, oficializado em 1990, com música e bandeira próprias, consolidando-se como símbolo do folclore ruropolense. Sua veia poética a levou a integrar diversas coletâneas nacionais, como as antologias da Editora Vivara (com o pseudônimo Zeza Poetisa), Trevo e a revista Xingu (UFPA), sendo autora de poesias como O anoitecer em Diamantina, O galo dourado, O luar no rio Tapajós, entre outras.
Em 2023, lançou o vídeo-poema infantil Passarinho sem ninho no canal “Traços e Aventuras” (YouTube), e participou da antologia O rio água boa (Editora Vivara). No mesmo ano, lançou, junto da irmã Clau Teles, o livro O amanhecer em poesias (Editora Félix, RS), no plenário da Câmara Municipal de Itaituba.
Em reconhecimento à sua relevante contribuição cultural, recebeu a Medalha de Honra ao Mérito Legislativo concedida pelo deputado estadual Wescley Tomaz Silva Aguiar.
Atualmente, além de escritora, poetisa e educadora, Maria José também exerce o ministério pastoral na Congregação do Ministério Quadrangular Vila Água Azul (km 85). Com obras inéditas em preparação — como Tio Chico e Galo Dourado (audiovisual infantil), além do livro Água azul, minha terra e minha gente —, ela continua a construir uma trajetória inspiradora.
Agora, imortalizada como membro da Academia Itaitubense de Letras, Maria José Moraes Dias segue sua missão de semear conhecimento, cultura e fé por onde passa.

Obras:

Contribuições: