Editorial – O Pequeno Grande Caminho

Há trajetórias que não nascem do desejo de ser visto, mas do chamado silencioso da alma. Assim caminha Arthur Bennett, escritor que não busca o holofote, mas a luz interior que nasce da palavra. Ele segue leve, quase invisível, e é nessa leveza que o destino o reconhece.
De passos humildes, ergueu-se entre letras e sonhos na Academia Itaitubense de Letras, onde a sensibilidade encontrou morada. O tempo, cúmplice de sua dedicação, o conduziu à vice-presidência, não como trono, mas como missão, a de servir à literatura e à inspiração que move os corações. Depois, novas portas se abriram: a Academia Independente de Letras o acolheu, como quem reconhece o sopro de uma alma que escreve com verdade.
Agora, o oceano se curva à sua travessia. Portugal o chama para celebrar a Comenda Literária Fernando Pessoa, um reconhecimento que transcende fronteiras e ecos. É como se o próprio espírito de Pessoa, em suas entrelinhas eternas, estendesse a mão a esse poeta amazônico, cuja grandeza se mede não em fama, mas em essência.
Arthur, pequeno diante da vastidão do mundo, torna-se grande pela pureza com que caminha. Em meio a um mar de vozes, sua escrita é brisa que toca, não tempestade que grita. Ele é prova viva de que a humildade não diminui, mas engrandece.
Porque há grandeza no silêncio de quem cria, há força na doçura de quem sonha, e há eternidade na palavra de quem escreve, não por vaidade, mas por destino.
Assim segue Arthur Bennett: pequeno em si, imenso no que deixa. Um pequeno grande escritor, navegando nas marés do tempo com o coração guiado pela poesia.

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