O país mal andado
Continua o massacre
Foi assim que começou
Com o achado malvado
Sob o aço e o mar
Oferecendo ao novo lado
Um povo calafetado
A infame cobiça
Depois, negros brados
Séculos amargos
Negras dores partirem
Os metais suados
Mais adiante vou
A farda e o fraque
E o país não andou
Continua o ataque
Sob coronéis é fato
E vêm os golpes
Um, dois, três no ato
E dá- lhes, promessa
Mas o que vemos!
Livros queimados
No século novo
Nasce a esperança
De um povo.
Democracia no ar
Mas o velho persiste
Fake news, o ódio, poder insiste
A esperança volta
Redemocratização no ar.
Mas tiram do irmão
Cansado, ferido
Mas nunca vencido
A tira sem parecer
Cruel, mas justa
Para injustiçados
Cansados.
Oh ratos vampiros!
Aproveitadores malditos
Oh ser insano, do alto
Porque não vives
Não sentes a rotina
Do invisível, do escuro
Do desprezo atravessado
Fora do asfalto.
(Eliete Silva Cardoso 31/10/25)
Ótimo poema! Uma verdadeira reflexão lírica de uma realidade trágica!