Hoje é 8 de setembro de 2025. O calendário marca o Dia Internacional da Alfabetização, mas, convenhamos, a data deveria ser lembrada todos os dias. Porque ler e escrever não é apenas decifrar letras: é decifrar o mundo.
Penso na criança que abre um livro pela primeira vez e descobre que aquelas marcas no papel têm voz, têm cor, têm cheiro de possibilidades. Penso no adulto que, após anos de luta, assina finalmente o próprio nome sem depender de ninguém. São gestos pequenos, quase invisíveis, mas que mudam destinos inteiros.
No Brasil, ainda há bolsões de silêncio, aonde a palavra não chega. Não por falta de vontade das pessoas, mas por descuido histórico, por promessas quebradas, por uma cultura que muitas vezes esquece a base de tudo. E é base mesmo: sem alfabetização, não há cidadania plena, não há trabalho digno, não há consciência crítica.
Ao celebrar este dia, mais do que a festa, fica o lembrete: alfabetizar é libertar. É dar chave de porta trancada. É devolver voz a quem só tinha eco. E, sobretudo, é garantir que ninguém fique de fora da conversa que move a humanidade — a conversa da palavra.
Que este 8 de setembro não seja só data no calendário, mas compromisso renovado. Porque uma nação que lê escreve sua própria história.