Membro Reuma de Sá Almeida Barros

Nome: Reuma de Sá Almeida Barros
Posição: Atual
Cadeira: 05
Patrono: Jorge Amado

Apresentação

Reuma de Sá Almeida Barros, ocupante da cadeira n.º 05 da AIL, cujo patrono é Jorge Amado. Pedagoga, especialista em Docência para o Magistério Superior, escritora e defensora da educação e da cultura.

BIOGRAFIA

Reuma de Sá Almeida Barros nasceu no dia 19 de junho de 1947, no município de Paramirim, no Estado de Pernambuco. Filha de Severino Simões de Almeida e Djanira de Sá Almeida, é neta materna de Antônio de Sá Neves e Joana Josina de Carvalho, e neta paterna de Maria Soares de Almeida (Dona Bitica) e Abel Medeiros.
Iniciou sua trajetória educacional na Escola Isolada de Primeiras Letras, localizada no sítio Alferes, na Fazenda Surubim, município de Paramirim, no ano de 1955. No ano seguinte, sua família transferiu-se para Terra Nova, onde concluiu o ensino primário até a 4ª série. Em 1959, foi aprovada no exame de admissão ao Ginásio da Escola Normal Regional Nossa Senhora do Patrocínio, em Belém do São Francisco, Pernambuco.
Concluiu o curso Normal Regional — formação equivalente ao Magistério — entre os anos de 1969 e 1979, na cidade de Paramirim. Desde muito jovem, iniciou sua atuação no magistério, realizando substituições em diversas escolas da rede pública estadual de Pernambuco, desempenhando funções docentes e administrativas conforme designações oficiais.
Aprovada em concurso público, ingressou no Grupo Escolar Euclides da Cunha, onde atuou como regente interina até ser efetivada. Permaneceu como professora da rede pública estadual de Pernambuco por mais de sete anos, até 1972, atuando nas cidades de Cabrobó e Salgueiro.
No ano de 1973, transferiu-se para o município de Corbélia, no Estado do Paraná, onde exerceu funções como professora primária nas Escolas Estaduais Castro Alves e Duque de Caxias, além de lecionar na Escola Normal Colegial de Corbélia e na Escola Técnica do CNEC. Atuou também como Supervisora de Ensino da Prefeitura Municipal de Corbélia, entre 1978 e 1982.
Sua carreira pública avançou ao assumir, em 1983, a Secretaria Municipal de Educação de Corbélia, função que ocupou até 1992. Paralelamente à atuação na educação, participou de movimentos políticos e sociais, destacando-se na militância feminina e em entidades como a União dos Dirigentes Municipais de Educação (UDIME) e a Associação de Proteção à Maternidade e à Infância (APMI).
Graduou-se em Pedagogia pela antiga Faculdade de Ciências e Letras de Cascavel (FECIVEL), atualmente Universidade Estadual do Oeste do Paraná, no ano de 1978.
Em dezembro de 1980, contraiu matrimônio com José Rubens de Barros, com quem teve duas filhas gêmeas, Reuryan e Reuyrmar, nascidas em 1981. No ano de 2001, fixou residência na cidade de Itaituba, no Estado do Pará, onde deu continuidade à sua trajetória educacional e acadêmica.
Participou da fundação da Faculdade de Itaituba (FAI), onde exerceu o cargo de Secretária-Geral entre os anos de 2003 e 2010. Concluiu sua especialização em Docência para o Magistério Superior no período de 2006 a 2009.
Entre 2010 e 2015, contribuiu ativamente com a formação acadêmica de futuros profissionais, participando de bancas de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e coordenando o curso de Pedagogia da FAI, campus de Uruará. Ministrou disciplinas nas áreas de Alfabetização, Didática, Psicologia da Educação, Educação Ambiental, Educação a Distância, Sociologia da Educação, Filosofia da Educação, Metodologia da Educação Física, Gestão Educacional, além de orientar e acompanhar estágios supervisionados em ambientes escolares e não escolares.
Atuou ainda no programa PARFOR, ministrando aulas em Novo Progresso (PA) nos anos de 2016 e 2017, sempre comprometida com a formação de professores. Participou, também, de inúmeros cursos de extensão, mantendo-se constantemente atualizada e ativa na área educacional.
Reuma de Sá Almeida Barros é pedagoga, especialista em Docência para o Magistério Superior, autora de textos acadêmicos, científicos, literários e crônicas, e ocupa a cadeira nº 05 da Academia Itaitubense de Letras (AIL).

O BRASIL É UM CONTINENTE:

Vivi em três brasis, nordeste, sul e norte
Reuma de Sá Almeida Barros

Sou nordestina, nasci em Pernambuco em 19 de junho de 1947, no município de Paramirim, no Alto Sertão, região quente e seca, de tradição católica, onde fazíamos festas quando chovia, em homenagem a São José por trazer a chuva, e o povo cantava em procissão:

Meu divino São José
Aqui estou em vossos pés
Pedindo que nos dê chuva
Ó Jesus, de Nazaré!

Saíamos em procissão em agradecimento ao Santo. Os encontros religiosos eram motivo para os jovens se encontrarem. As brincadeiras eram simples e alegres. Quem soubesse tocar violão e cantar animava a festa. Uma das brincadeiras que muito me chamava atenção era mão direta em que se falava: “minha mão direita está desocupada, quem será poderia ser, eu cuido, ou A fulana não pode porque já tem compromisso.” Dessas brincadeiras saíam namoros, noivados e casamentos. Ouvíamos músicas: valsas, boleros e samba que marcavam as noites com histórias de amor, sonho e poesia. Os nossos responsáveis nos observavam de longe. Uma música que marcou a época foi a Valsinha, de Carlos Galhardo:

Nosso amor traduzia
Felicidade e afeição
Suprema glória que um dia
Tive ao alcance da mão.
Mas veio um dia o ciúme
E o nosso amor se acabou

Deixando em tudo o perfume
Da saudade que ficou.
Mas depois veio a dor
Sofro tanto, e esta valsa não diz
Meu amor, de nós dois eu não sei
Qual é o mais infeliz

O período de carnaval era uma só animação. Toda a família participava, avós, pais, filhos e amigos. Eram nos clubes em que as famílias se encontravam. A educação era prioridade, aprendíamos a respeitar os mais velhos, a família, a pátria e seus símbolos. O professor era considerado sagrado! O que ordenassem tínhamos que seguir. Os pais afirmavam que o estudo era a melhor herança que deixavam aos filhos. Um tesouro que a tração não corrói.
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