Senhor de todos os segundos, mestre dos anos,
Em teu rio incansável, fluem os nossos planos.
Moldas o passado, desenhas o que será,
E em cada tic-tac, a vida pulsa e se mostrará.
Tu és o artesão da memória, o escultor da saudade,
Em tuas mãos, o riso se faz maturidade.
As rugas na face são teus traços de arte,
Marcas de jornadas, vividas em cada parte.
Trazes o sol, levas a noite, em teu baile sem fim,
Sopras o vento que move o jardim.
Silencioso e poderoso, és o rei do instante,
Que transforma um “agora” em um “já foi” distante.
E ainda que nos roubes o que julgamos ter,
És tu que nos ensinas o real valor do viver.
Pois na tua passagem, a vida se revela,
Em cada novo dia, em cada nova estrela.
Um tributo a ti, que não perdoa nem espera,
Pois em teu reino, a única certeza é a primavera.
Que em cada ciclo, nos lembra de florescer,
E em cada novo instante, nos ensina a ser.